Na sessão realizada nesta terça-feira, 14 de outubro, a maioria dos vereadores de Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais, decidiu rejeitar a proposta de inclusão do Mês do Orgulho LGBTQIAPN+ no Calendário Oficial de datas comemorativas da cidade.
O Projeto de Lei nº 8.123/2025, apresentado pela vereadora Lívia Macedo (PCdoB), propunha que a celebração ocorresse em junho, com o intuito de promover ações de valorização da diversidade, combater a discriminação e garantir visibilidade à comunidade LGBTQIAPN+ e sua história. A proposta também visava enfrentar a invisibilidade social e assegurar o pleno exercício dos direitos humanos e da cidadania.

A proposta foi derrotada por oito votos a seis, evidenciando o clima de polarização política na Câmara. Recentemente, a Casa aprovou um Projeto de Lei que institui o Dia do Conservadorismo, a ser celebrado em 10 de março.
“Negar o orgulho é negar um espaço de representatividade e um problema na nossa sociedade, que é a LGBTfobia, que gera violência e precisa ser enfrentada”, declarou a vereadora Lívia Macedo.
Em contrapartida, o vereador Israel Russo (União Brasil), que votou contra a proposta, argumentou que ela teria um viés ideológico, especialmente no ambiente escolar. “Sabemos que há outras prioridades nas escolas, como combater o analfabetismo e melhorar o aprendizado. Eu falo isso com base em experiência própria”, afirmou o parlamentar.
A lei que cria o Dia do Conservadorismo já foi sancionada pelo prefeito e publicada no Diário Oficial do Município, enquanto o projeto do mês do orgulho LGBTQIAPN+ foi arquivado após a votação.
Para o sociólogo Isaías Paschoal, os embates recentes na Câmara refletem a polarização política nacional. Segundo ele, pautas progressistas ligadas a direitos de minorias têm enfrentado resistência diante de uma agenda mais conservadora.

Comentários: